Pense no futuro indefinido dos garotos perdidos na solidão e descaso das ruas tão abandonadas e pense no modelo a não ser seguido daquele menino que diz "papai" e que não aprendeu o teor e a importância do respeito e faz de conta que Deus não o vê e não o punirá. Agora pare e pense onde você está depositando confiança, em quem você acredita e qual sua reação diante das catastrofes anunciadas, anunciadas todos o dias, em todos os jornais de todos os brasileiros. Pense rapidamente, só pra não ficar se culpando, nas estreitas faixas de ozônio que restaram para contornar os enormes buracos e reze para que o fim do mundo seja depois do último capítulo da novela das oito (o Brasil não resistiria a tamanha tortura). Interceda pela alma dos senadores, dos deputados, dos governadores e de todos os representantes do povo, eles são tão bons que entregam suas vidas pela política e pelo bem-estar dos eleitores. Faça uma doação para o Criança Esperança e doe o dízimo para sua igreja. Talvez o dinheiro é a única coisa que você tem para lhe oferecer e talvez seja a única coisa vinda você que interessa a ela. Lembre-se da camisinha e da opinião do papa, e antes que seja tarde, use a pílula do dia seguinte. Reflita sobre todo o bem e conforto que a cor da sua pele lhe proporciona. Seria ridículo se você fosse verde! Pense e sempre pense um pouco mais no quanto seria diferente se você tivesse feito as coisas de um outro jeito, se não tivesse tido as oportunidades que teve e se não acreditasse em tudo aquilo que durante sua vida inteira acreditou. Pense e faça com que a evolução da espécie continue e que o mundo seja melhor.
Sou de um tempo em que não se entendia a palavra bulling. Sou de um povo que não aceita chorar. Sou de um lugar onde há mais seca que chuva. Sou de uma religião que por segundos, reza de mãos dadas. Sou de um país pentacampeão que nunca teve terremoto. Sou de uma família à dois. Sou de um jeito meio bruto e sensível. Sou de uma cor tão sem malícia. Sou todo assim... na medida e sem medida.
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Justiceiro
E no sétimo dia Ele descansou.
É no oitavo dia que tudo começa: o fim, as descobertas e até mesmo o recomeço. Tudo obra e consequência de Deus, que por acaso é o da paz, do amor, da Trindade e dos pequenos. Aquele que é Deus de tudo, que rege a orquestra da vida, se divide em três, talvez em quatro, e cuida minuciosamente de cada um de nós. Desde as lágrimas piedosas dos mais pobres até a mais sigilosa senha do cofre do banco que fica na outra rua. Ele poderia ser o Senhor só dos pobres, e só para eles olhar, só deles cuidar, só eles receber. Mas Ele também é o Deus da justiça, de pesos simétricos, e como tal, olha com um olhar especial de Pai para todos. Lá se vão os pequenos e as senhas dos cofres.
Talvez seja apenas os menores que pisam às portas de Jerusalém, mas todos estão sob o Deus de Isaac, Jacó e Abraão, e Dele ninguém escapa, de seu furor niguém se esconde e de seu amor niguém se exclui.
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