terça-feira, 3 de junho de 2008

Talvez desculpas... talvez amor...

E qual seria o ritmo da minha canção sem o som sincero que emana de meus amigos? E quantas tantas sofridas vezes meu coração poderia suportar a dor e o cansaço em ter que pulsar sempre, sem nunca parar e sem nunca se demonstrar cansado? Para quem eu iria escrever e para quem eu iria desejar bom dia, se no caminho meu não houvessem pegadas também de outros pés? Eu juro pela minha mão direita, que o mundo teria outra cor, a carne outro sabor e as plantas uma outra forma de viverem. Sem meus amigos eu seria apenas meu egoísmo. Sem meus erros eu seria apenas meus medos. Que do outro lado da ponte sempre esteja alguém a dedilhar no violão meu nome e que no meu sorriso sempre esteja desenhado a veracidade de qualquer sentimento súpero. E que por todas as outras vezes em que eu me tornar poeta errante eu seja tão verdadeiro e honesto quanto me faço a esse discorrer. É a psicologia da vida, do equívoco e da amizade! É a força que une sem saber o porquê!

Juras

Eu jurei que nunca mais iria escrever uma carta de amor tendo você como destino e inspiração. Eu fiz tantas juras que nunca poderei cumprir, eu amei tantas vezes, tantas pessoas que eu jamais poderei deixar de amar. Eu sofri por tantos amores que eu nunca vou poder esquecer. Jurei cantar e não cantar canções por infinitos motivos. Jurei ser feliz e jurei acreditar que nunca mais eu iria fazer nenhuma jura.

Revolta e preocupação

É ridícula sua falta de coragem e de amor por você mesma. É ridículo quando você grita no vazio do telefone palavras vazias que representam todo amor que lhe é entregue. É ridícula a forma que você se humilha aos pés da escada clamando por um pedaço de pão. Daqui meia hora o mundo pode acabar e você terminar seus dias estagnadas no medo profano de não mudar. Daqui meia hora você pode mudar para pior ou simplesmente continuar sentada no primeiro degrau. Não existem palavras sérias, não existe compromisso sério, não existe conversa séria, quando não há seriedade em seu olhar. Desista, ou então recomece. Não haverá trabalho algum em desfazer uma aliança sem força. A sociedade não irá perceber caso você ande na contra mão. Nunca mais quero ouvir seus gritos e seus gemidos, nem bater na sua face. Não mais me incomode com seu indigesto comodismo. Silencie-se ou aja!

Mapa

Acredite que eu sou o melhor daquilo que há em você. Deixe-se acreditar que nunca vamos dizer “não” e que em todas as manhãs somente eu irei te dizer “bom dia” com um sorriso afável nos lábios pecaminosos. Deixe a melodia correr contra o tempo e a água percorrer as pedras do nosso caminho. Ouça a canção que toca meu coração e me leva a você. Sinta minha presença no seu peito de amor e aceite meu olhar sobre o seu a dizer tudo aquilo que nunca te disse. Permita que eu entre em seu quarto e em sua vida. Não se desfaça de nenhuma idéia do passado, nem troque seus calçados. Leia, por favor, meus poemas diariamente, e descubra sempre que você está em mim. Faça tudo o que quiser fazer, mas não se esqueça de minha dor. E por fim, me deixe te amar, solitário e sossegado, da janela do meu quarto.

Corpo vago

Seu corpo modelo, é somente modelo da fraqueza gritante da sua alma e do seu vocabulário. Veja seu comportamento, veja suas palavras, veja sua educação, veja suas idéias e para que você não entre em crise profunda, por favor, fique vendo somente o seu corpo. Teatro do capitalismo. Encanação da mídia. Objeto de prazer de quem pagar mais num leilão comprado e posto à mesa. Isso é você e assim é seu corpo. Você, aliás, é apenas seu corpo. Já minhas idéias... Não vendo medidas, não compro moda e não olho pra sua pele desbotada. No meu recanto, rezo incessantemente, para que uma luz brilhe nos seus olhos, que sua mente se abra para um mundo real, que você saia da vitrine e que sua cabeça seja inserida no restante do seu corpo.