Peito arrebentado em milhões de pedaços. Face sangrando gotas vermelhas provocadas pela realidade. Lágrimas que se jogam ao chão. Papel. Caneta. Uma única vontade...
... queria dizer aqueles que nunca disse, que os amo. Quero lembrar que nossas canções sempre tocarão e sempre conduzirão meus pensamentos aos momentos que passamos juntos. Nossos sorrisos nunca serão esquecidos por meus lábios. Nem as noites que compartilhamos acordados serão um dia tidas como esquecidas.
... aos que eu já disse que amo, reforço. Desculpe se não lhes repeti isso várias vezes por dia. Me dói ainda mais saber que não terei tantas outras oportunidades, num tempo tão vasto como esse, para lhe cobrir os ouvidos com o que lhe trago no peito.
Por agora, sinto a presença de uma já íntima companheira, de perfume conhecido. A saudade que me habita, por tantos e por tanto tempo, preenche-me os espaços deixados pela distância. De tantas manhãs, tardes e noites, só restou uma noite, fantasiada de alegria, mas que leva em si a tristeza do adeus indefinido.
E o que parecia durar para vida toda, se faz mais uma vez saudade.
Sou de um tempo em que não se entendia a palavra bulling. Sou de um povo que não aceita chorar. Sou de um lugar onde há mais seca que chuva. Sou de uma religião que por segundos, reza de mãos dadas. Sou de um país pentacampeão que nunca teve terremoto. Sou de uma família à dois. Sou de um jeito meio bruto e sensível. Sou de uma cor tão sem malícia. Sou todo assim... na medida e sem medida.
domingo, 15 de novembro de 2009
sábado, 7 de novembro de 2009
Folhas
Das árvores tão altas, desembocam em voos destruídores e alcaçam o chão, sem medo de opiniões alheias. Pra que ficar no alto, se no chão é que elas são felizes? E lá, ficam até o fim da vida.
Dos livros, menores ou eternos, brancas e de tantas cores, deixam-se serem tomadas pelas mãos de um qualquer autor, e marcam para sempre o futuro, o destino e a vida de todos.
De fronte a uma mesa marrom, de estatura média e com ar colonial, com um livro de infinitas páginas quase transparentes, eu fico louco a escrever. Cada página uma história, em todas elas o mesmo protagonista. Mas as páginas me cansam e eu as deixo para trás como troco de mochila a cada semestre. Eu sou assim, autor do meu livro. Condutor da minha história. Sou uma mão sempre estendida no cais a dizer adeus para alguém que se vai. Sou um sorriso sempre aberto, a desejar boas vindas aos perfumados pedidos de ingresso em minha vida. Histórias curtas, porém emocionantes. Vida longa e muitas páginas a preencher. Só não gosto do vazio. Só não quero a branquidão na vida. Só não sei como será o fim.
Daqui de dentro...
É manhã ensolarada num dia de sábado. São canções estranhas que vem da outra janela. Só eu sei por que eu chorei. Só eu sei quantas vezes achei que era para sempre. É falta de humor. É falta de tempo. É falta de planos. Era paixão, já foi amor e não passa mais de cartas que não são entregues. É dias inteiros sem voz, sem olhares, sem palavras. Eram dias inteiros com voz, com olhares e com palavras. Agora é texto enigmático, mas já foi cartas de amor. Foi uma vida, foi ausência, foi tristeza. É emoção, é personagem, é lágrimas no canto do coração. Agora é futuro. Agora é mistério. Agora é viver...
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