quinta-feira, 10 de março de 2011

Copacabana

Hoje eu entendi uma coisa que eu já havia sentido antes, mas ainda não tinha conseguido identificar, nomear, expressar. Vim rápido pra casa, antes que a emoção me fugisse e as palavras se esquivassem. Você já esteve em Copacabana?

Estive poucas vezes, mas hoje foi diferente de todas as outras poucas. Hoje eu estava aberto, meu espírito estava mais entendido, havia mais sensibilidade. E quando eu percebi, já estava totalmente envolvido pela força que existe em todos os cantos daquele lugar.

O mar estava mais azul e mais infinito do que qualquer outro. E revolto. Rebelde. Em ondas que não aceitavam qualquer mero candidato a banhista. Somente os melhores. Por ali, parece que só pode mesmo habitar, os melhores. Os corpos de Copacabana, desde aqueles modelados pelo artista na areia, até aqueles modelados por outro Artista, e que correm pela areia, são minuciosamente esculpidos. Não basta haver beleza, é preciso perfeição. E há. Desde o bronzeado irretocável, ao azul céu-mar nos olhos dos turistas. Em Copacabana as peles brancas globalizadas tocam os corpos negros favelados, sem pudor, sem medo, sem preconceitos. As pessoas se olham. Se cruzam. Uma orgia de energia. O mundo inteiro está ali: em línguas, em gestos, em comportamento, em sabedoria.

Pequenez reduzir Copacabana apenas a uma praia, um forte, um bairro. É estilo. É vida. É mistura de povos. É uma parte maravilhosa de uma cidade que mostra seu sorriso esboçado no que o vil poeta nomeou de simplesmente Copacabana.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo véi... Parabéns!!
Dan